sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Depois de muito tempo afastado...

Bom, eu outro dia estava conversando com algumas pessoas e essa conversa me fez pensar um pouco em tudo o que eu já passei até hoje, e me fez pesar mais a respeito do que muitos acham ser o correto e ser uma “pessoa de Deus” ou não. Não que eu seja cético, ou algum herege, por pensar assim como penso, mas por minha opinião ser contrária ao que a maioria está inclinada (ou condicionada) a pensar.

Pois bem... Eu não sou uma pessoa que se diga “espiritualista”, não frequento igrejas, e tenho minhas opiniões a esse respeito, mas não vêm ao caso (por enquanto). O que queria começar contando é um fato que me aconteceu à alguns dias, e que para alguns seria um “ato de caridade”, mas que pra mim foi uma forma de fazer pelo meu próximo, o que gostaria que fizessem por mim.

Eu tive um dia ruim desde o levantar da cama. Saí de casa apressado, tive uma manhã cansativa, mas em meu horário de almoço, íamos eu e um amigo almoçar, e eu estava apenas com cerca de R$ 12,00 no bolso (que seriam para a volta para casa), e ao entrar na pensão, notei uma mulher com uma menininha ao lado de fora, olhando pra dentro da pensão, e notei em seu olhar a fome que fazia ela olhar as pessoas almoçando. Coloquei a mão no bolso, e aí que vi que só tinha aquele dinheiro, mas pedi à moça da pensão que fizesse duas quentinhas e entreguei a moça assim que acabei de almoçar...
A moça me agradeceu com um “Deus lhe pague”. E eu virei e lhe disse que não precisava que Ele me pagasse, e não fiz por isso,não foi Ele quem deu a comida pra ela... Fui eu e não pensando que Ele me abençoaria pelo ato. Também não fiz por caridade ou pena. Mas porque eu fiz aquilo pensando que seria assim que eu gostaria que fizessem comigo se eu estivesse na posição dela. Ou seja, fiz por um ser humano o que gostariam que fizessem por mim.
Alguns me criticariam por pensar assim, por não pensar em Deus nesse caso ou por não dedicar à Ele o que fiz por elas. Mas eu não credito à Ele o que fiz, e sim à necessidade de alguém.

Minhas atitudes para com meus semelhantes sempre foram as mesmas, mesmo sem ser uma pessoa Católica, Evangélica, Budista, Judia, ou seja lá o que fosse... Mas sim, uma atitude justa dentro das minhas possibilidades, tanto no caso que citei quanto em tantas outras bem parecidas.
Como disse à senhora, eu não preciso que “Deus me pague”, não viso ser recompensado por meus atos em nenhuma das minhas “boas ações”, e como muitos pensam, talvez eu não vá para o céu por não pertencer à uma determinada religião, mas mesmo assim eu continuarei fazendo as mesmas coisas sem creditar à alguma religião os meus atos. Eu sou capaz de saber o que é certo e o que é errado não estando vinculado à nenhuma doutrina religiosa. Mas sempre manterei respeito por todas elas, pois o maior mal delas começa na INTOLERÂNCIA cometida por uma à respeito da outra.
É meus caros, intolerância é o mal do mundo. Quantas vezes lendo jornais, ou assintindo TV’s, você já deve ter visto que no Oriente Médio, as guerras ditas “Santas”, se tornaram tão frequêntes? Você que é Católico não suporta a idéia de um Protestante, ou você Judeu, não acha certa a idéia de um Muçulmano e vice-versa... Ou algum de vocês não acha certa a opção sexual de seu semelhante?...Isso se chama INTOLERÂNCIA!!!

Percebi o que é isso na pele, ao amar uma mulher que é de uma Doutrina Cristã. Senti isso ao ler o que a mãe dela achava de mim (sendo Cristã e sabendo dos princípios ditos na Bíblia, sobre como deve agir com seu semelhante), fui julgado, antes mesmo de me apresentar, ou antes mesmo de que essa pessoa soubesse o mínimo sobre mim. Mas mesmo assim, não guardarei rancor, não sinto mágoa... Mas sei o que é ser julgado sem ao menos ter sido respeitada a minha defesa. E em meio à isso tudo tem o amor que sinto pela filha dela, que por mais que a mãe me julgue “inapropriado” ou “indigno” de amar a sua filha, amarei assim mesmo.

A minha não ligação à qualquer religião talvez se dê ao fato de estar sempre pensando nos dois lados da questão, e também por ter minha mentalidade diferente do que as pessoas estão acostumadas (ou diria, habituadas) a ter. Eu tenho em minha família em maior parte de Católicos, alguns amigos e uma pequena parcela de minha família são Evangélicos, tenho amigos Espíritas, Judeus, Muçulmanos, Budistas... E há aqueles que têm uma opção sexual diferente, gays e lésbicas... E se eu tivesse de optar em minha vida por qualquer que fosse a religião, provávelmente teria de renunciar ao resto (seria justo isso?). E não farei isso, pois tenho o respeito por suas escolhas, e sempre serei grato à eles por fazerem parte de minha vida.

E agora eu gostaria de fazer uma pergunta... Isso faz de mim um “herege” ? Eu seria um ser humano “do mal” por ter respeito por qualquer opinião que meus semelhantes tenham? Talvez com as duas perguntas eu já responda... Pois respeito à opinião dos que acharem que eu seria ruim se não tiver uma religião definida, tanto quanto os dissessem que não, que eu não seria ruim.

Ora, eu talvez não “ore” como um fiél, mas desejo ao meu próximo, somente o que desejo pra mim mesmo, tenho meus momentos de ira, mas não sou rancoroso. Ouço as músicas ditas “satânicas”, mas não ouço com motivação de cometer o mal, e sim por achar em minhas convicções de que o mal se dá nas ações e pensamentos, e está dentro de cada um de nós, e apenas atribuem à música as suas atitudes, assim como fanáticos religiosos atribuem a morte de outros ao que chamam de “infiél”.
Coloco em minhas palavras um tom de “ceticismo”, e não é esse o meu intuito, não sou Cético, mas sim alguém que não precisa de algum pastor ou padre, ou seja lá o que for... Pra me dizer o que é certo ou errado, sendo que a cada dia eu me conscientizo de que nenhum de nós tem a palavra final, e todos nós somos passíveis de erro... Tanto religiosos como não religiosos. E assim sendo não há os que podem apregoar (ou condicionar)o que devemos ou não fazer.

Tenho dentro de mim o amor para com meu semelhante, não pratico o mal, não viso recompensas ou espero “cair do céu” a minha libertação... Jesus me libertou dos meus pecados à mais de 2000 anos. O que eu devo fazer nessa vida seria apenas adiquirir sabedoria para não cometer os “pecados”, e não praticar a injustiça. Acho que minha maior intenção nessa vida seja a de ver o meu ambiente em harmonia, tendo os que amo ao meu redor, seja lá qual escolha for, respeitando e sendo tolerante com cada um e sua escolha.

E agora ao ler tudo o que disse em 1.197 palavras, você deve estar pensando que sou louco ou algo parecido, não é? Mas respeito sua opinião, pois nem Jesus agradou à todos.